Meus @migos, eu queria trazer hoje, neste blog, um tema de fundamental
importância para o nosso País, para o nosso Estado, que é a questão da
Educação. Eu gostaria de enfatizar especificamente a educação em nosso
Estado. Os professores do Maranhão enfrentam hoje
uma série de dificuldades, que prejudica a sua missão fundamental de
educar os nossos jovens. A mais visível delas foi a fixação de um
calendário escolar sem que os professores e os trabalhadores de educação
fossem ouvidos. O resultado é uma situação de incerteza, que afeta não
apenas professores e funcionários, mas toda a população do Estado. O início do ano letivo da rede pública
de ensino, com o retorno às aulas, estava previsto para 6 de fevereiro, a
última segunda-feira. Foi transferido, porém, para o dia 23 de
fevereiro. A alegação é de que uma ou outra escola ainda se encontra em
obras. Como resultado, alterou-se toda a programação escolar,
comprimindo-se o período letivo. Em uma tentativa de manter a carga
horária, estabeleceu-se que os sábados e os feriados, até meados do ano,
serão ocupados por aulas de reposição. Prevê-se também o atraso na
conclusão do ano letivo. Trata-se de um remendo, que não atende a
ninguém, muito menos à qualidade do ensino em nosso Estado. Os professores enfrentam também
problemas nas folhas de pagamento. Enquanto alguns deles deixaram de
receber um terço do décimo terceiro salário, outros sofreram descontos
indevidos na Gratificação de Incentivo à Docência. Em uma demonstração
de descontrole do setor, parcela dos professores tiveram essa
gratificação depositada duas vezes. Ao se tentar corrigir o problema,
com desconto em folha, acabou-se por atingir profissionais que não
haviam recebido o valor a mais. Tudo isso se fez sem qualquer
notificação aos professores da rede pública de ensino. Esses dados
permitem uma explicação para os fracos resultados obtidos nos últimos
anos pelo sistema educacional. Dados do respeitado movimento
Todos pela Educação permitem uma avaliação.
A taxa de analfabetismo, entre os que
têm 15 anos ou mais, está ainda em 10,3%, acima da média nacional. O
desempenho do Enem também fica muito aquém do desejável.
O mais sério dos problemas enfrentados
pelo magistério, porém, é a violação de uma importante
conquista. Sua carga horária até hoje não foi adequada à determinação
para que se reserve um terço dela a atividades extraclasse. Lembremo-nos
de que a Lei n° 11.738, de 2008, conhecida como Lei do Piso Nacional, votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, determina
que, no máximo, dois terços da carga horária dos professores sejam
dedicados a atividades diretas com os alunos. Houve reação de alguns governos estaduais, que contestaram essa medida no Judiciário. Em abril do ano passado, o Supremo
Tribunal Federal considerou constitucional a reserva de percentual
mínimo de um terço da carga horária dos docentes da educação básica para
dedicação às atividades extraclasse. Esse princípio atende, é claro, a
uma reivindicação dos professores de todo o Brasil. No entanto, não são
apenas os professores que dela se beneficiam. Representa uma conquista
também para os estudantes e todas as famílias do nosso País e do nosso
Estado.
As atividades extraclasse, como o
preparo de aulas, o atendimento aos alunos e até o aperfeiçoamento dos
docentes, certamente se refletirão sobre a qualidade do ensino
ministrado. É um conceito moderno, aplicado nos países que têm os mais
respeitados sistemas de ensino. Tive a oportunidade, com muitos outros, de ver o esforço que levou à inclusão desse
princípio na Lei do Piso Nacional. Enfrentamos uma dura batalha no
Legislativo e outra no Judiciário, mas os professores saíram vitoriosos. É indispensável, portanto, que as
autoridades cumpram o que determina a lei e procedam à adequação da
carga horária dos professores, no Maranhão como em todo o Brasil.
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