sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mitterrand nos dias de hoje!

Eu vim falar de descrédito.Creio que a classe política, nós todos hoje, atravessamos um momento do maior descrédito que talvez tenha acontecido na história do Brasil. Nunca antes, a meu ver posso estar enganado, No passado, a desconfiança deixava sempre uma brecha de esperança em algum grupo, em algum político, em alguns Líderes. A descrença era contra alguns, talvez até contra muitos, mas nunca em relação a todos, como a sensação que nos passa hoje. Antes, o povo sempre tinha uma esperança no banco de reservas. No período anterior a 1964, tínhamos esperança entre aqueles que defendiam reformas de base, que lutavam por um país socialista. Confiança nos Líderes que traziam a idéia do desenvolvimento. Confiança também alguns tinham naqueles que defendiam a ordem contra o que parecia uma desordem da mobilização popular. Havia sempre confiança em algum lado. O regime militar, que subverteu o Congresso e o submeteu à vergonha da submissão e mesmo ao fechamento por algum tempo, não conseguiu abater a confiança do povo nos políticos. Os políticos foram humilhados, mas não foram desacreditados durante os 21 anos da ditadura militar.Ao longo de todo o tempo da escuridão, o povo manteve acesa a chama da esperança.
A democracia trouxe novas esperanças, construídas pela anistia, pelas Diretas, pela Constituinte, pela liberdade de imprensa. Trouxe novos líderes, que enfrentaram e ofereceram promessas. A morte do Tancredo matou uma esperança, mas, imediatamente, a posse do Presidente Sarney, conduzindo um processo de consolidação da democracia, do fim da censura e da anistia geral, retomou a esperança do povo. E o País chegou a uma democracia plena. Uma transição surpreendente foi conseguida da ditadura à democracia. A eleição do Presidente Collor, diga-se o que disser hoje, naquele momento, trouxe uma esperança ao povo brasileiro. Mesmo quando frustrou o País, havia esperança no banco de reservas para substituir o Presidente Collor. O Vice-Presidente Itamar assumiu com competência e fez outra transição competente, não apenas da corrupção à honestidade, mas também da inflação à estabilidade.
Por seu passado, por suas posições anteriores, o Presidente Fernando Henrique Cardoso encarnou a esperança de um salto adiante no quadro social, na reorganização de nossas cidades, na retomada do crescimento, na justiça com os analfabetos, os sem-terra, os sem-teto, os sem-emprego, os excluídos. Seu Governo conseguiu manter a democracia e a estabilidade, mas frustrou-se como se fosse feito por um Presidente sem os mesmos compromissos com o seu passado. Mas ainda havia Lula, ainda havia uma esperança no banco de reservas por meio do PT. O Presidente Lula trouxe a última esperança que realizaria os sonhos de um Brasil que completasse a abolição, que completasse a República, que completasse a nossa independência, e agora, como será?

Cito Mitterrand, de onde nasceram a democracia, a liberdade, a igualdade, a fraternidade, de onde Montesquieu estabeleceu a divisão de poderes tripartite. Mitterrand, no fim da vida, com câncer, escreveu no último livro, dando uma mensagem aos governantes, ah, se o Lula ouvisse essa mensagem! que, se voltasse, o mais importante seria fortalecer os contrapoderes. E vemos, cada vez mais, o Poder Executivo dominar tudo. E foi assim que Roma caiu; é assim que o Brasil está caindo no Governo do PMDB e PT de Sarney.

Agradeço ao Jovens do Nosso querido Municipio de GEB e diria que, mais do que a cada um de nós, seria bom que os nossos Gestores Municipalistas, ouvisse a voz da alma coletiva do povo!

Aelson Barros

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