Brasília – A União Nacional dos Estudantes (UNE) está com representantes em Brasília para pedir mais investimentos para a área de educação. Depois de realizar uma marcha na região central da cidade, os estudantes esperam ser recebidos, nesta tarde, no Congresso Nacional e também pela presidenta Dilma Rousseff.
A UNE disse ter reunido 10 mil estudantes no protesto, que percorreu as ruas desde o Banco Central até a Esplanada dos Ministérios. Mas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a marcha reuniu cerca de 3 mil pessoas.
Os estudantes reivindicam a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para a educação, o investimento de 50% do fundo do pré-sal e redução de juros. “O Brasil vive um momento importante, vem se destacando como uma forte economia. Neste momento, investimentos em educação são prioritários para o desenvolvimento do país”, disse o presidente da UNE, Daniel Lliescu.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick, que veio do Amazonas para apoiar o movimento, destacou a necessidade de mais assistência estudantil, melhoria nas escolas e universidades. Ele também chamou a atenção para a evasão escolar no ensino médio. “Hoje, 50% dos jovens que estão no ensino médio abandonam os estudos, ou seja, milhares de estudantes deixando as escolas”, disse Evanovick.
Os estudantes reivindicam ainda melhor remuneração para os professores e ampliação das vagas nas universidades públicas. O pernambucano Ângelo Raniere, diretor na UNE, disse que, além de ampliar as vagas no ensino superior, o governo precisa garantir estrutura adequada para a educação.
A estudante Camila Vallejo, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), ativista nos protestos estudantis chilenos que reuniram milhares de estudantes nos últimos dias, também participou da marcha. Camila veio ao Brasil com objetivo de elaborar uma agenda política com a UNE. Ela quer alertar sobre as violações dos direitos humanos e sobre a falta de democracia no Chile.
Para Lliescu, além de apoiar os estudantes chilenos nas questões relativas aos direitos humanos, o movimento estudantil brasileiro pode trocar experiências com o Chile. “Há algo em comum na luta estudantil dos dois países, que é a grande participação do setor privado do ensino superior. Defendemos a regularização do ensino superior privado, é preciso garantir uma educação de qualidade", observou.
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